A criação de uma ligação rodoviária direta entre as cidades de Santos e Guarujá é um desejo antigo, dado que os primeiros estudos e propostas remetem à década de 1950. A atuação das equipes da SYSTRA permitiu conceber soluções de projeto que atendem aos grandes desafios técnico e tecnológico que foram impostos, respeitando ainda as exigências ambientais e restrições orçamentárias.
o desafio
Atualmente, a ligação entre os municípios de Santos e Guarujá é realizada por via terrestre em um percurso de 45 km, através das Rodovias Anchieta e Cônego Domenico Rangoni, ou pelas seis balsas cuja travessia ocorre na região da Ponta da Praia (Santos) e no final da Avenida Adhemar de Barros (Guarujá). A capacidade do sistema de balsas chega a 35 mil veículos por dia na alta temporada. A travessia para pedestres é realizada pelo sistema complementar por catraias, que realiza cerca de 7,5 mil viagens diárias, principalmente de trabalhadores residentes na região.
Embora o sistema de balsas apresente um dos maiores volumes de tráfego do mundo para este modo de transporte, ele se mostra esgotado para atender adequadamente a demanda existente, uma vez que a fila de espera chega a atingir cerca de 1 km de comprimento, com esperas superiores a uma hora em horários de pico, feriados e finais de semana.
Diante deste grande gargalo existente, o Governo do Estado de São Paulo propôs a implantação de uma ligação “seca” entre as cidades, a ser realizada através de uma ponte.
NOSSA MISSÃO
Entre 2009 e 2010, a SYSTRA foi contratada pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo (DER/SP) para elaborar o projeto básico de engenharia da ponte entre Santos e Guarujá. Nossa atuação ocorreu desde a concepção das soluções urbanísticas e de engenharia até o detalhamento das metodologias construtivas, necessário para discriminar os materiais, os serviços e o orçamento da obra.
A concepção estrutural adotada para o projeto foi de uma Ponte Estaiada. Tal alternativa foi escolhida devido a alguns diferenciais que apresenta, dentre os quais:
- Manutenção do canal liberado durante as obras, permitindo o trânsito de navios de todos os portes até o Porto de Santos;
- Possibilidade de implantação de um mirante com elevador ou marco arquitetônico;
- Maior conforto na travessia;
- Requalificação urbanística das áreas das instalações de apoio às operações das balsas.
Durante o desenvolvimento do projeto foram estudadas rotas alternativas para o acesso à ponte pelo lado do Guarujá, com o objetivo de atender a solicitação da prefeitura desta cidade, que desejava preservar o corredor comercial existente na Av. Ademar de Barros (alternativa inicial de acesso).
Com isso, foram propostas duas rotas paralelas à alternativa inicial: uma passando pela Rua Funchal e a outra pela Rua Presidente Kennedy, sendo a primeira a escolhida após análise técnica e econômica. Tal rota pela Rua Funchal criou a possibilidade de implantação de um parque linear com área de 100 mil m², além de oferecer acesso à Rodovia SP-055.
Em seu layout final, a Ponte Estaiada ficou definida com as seguintes características principais:
- Vão livre de 540 metros;
- Extensão total de quase 4.950 metros;
- Trecho estaiado com 1.000 metros de extensão;
- Gabarito vertical de 80 metros;
- Seção tipo com duas faixas de tráfego por sentido;
- Rampas de acesso com inclinação de 3,9% (Santos) e 5% (Guarujá).
O projeto da ponte, interligando as duas cidades, contempla as seguintes premissas:
- Liberar o canal para uso prioritário de navios;
- Eliminar as longas esperas e filas de automóveis nas balsas;
- Aumentar a segurança e o conforto na travessia;
- Proporcionar a melhoria do transporte coletivo entre Santos e Guarujá;
- Facilitar o intercâmbio entre as duas cidades.
O essencial do projeto
A criação de uma ligação rodoviária direta entre as cidades de Santos e Guarujá é um desejo antigo, dado que os primeiros estudos e propostas remetem à década de 1950. A atuação das equipes da SYSTRA permitiu conceber soluções de projeto que atendem aos grandes desafios técnico e tecnológico que foram impostos, respeitando ainda as exigências ambientais e restrições orçamentárias.